RESUMO - Observando o familiar, Gilberto Velho
Desde os primórdios do estudo social a determinação do estado natural do homem é uma tarefa árdua, contraposta à distinção existente entre as inúmeras diversificações culturais. É, portanto, embasado na real diversificação de culturas que Gilberto Velho teoriza a respeito do homem.
E é com propriedade que ele acredita que a forma como se constituíam as pesquisas sociais, em seu método mais tradicional, não era a mais precisa, visto que exigia dos antropólogos uma posição mais neutra e imparcial na investigação científica. Este método, denominado “Quantitativo”, restringia-se a conclusões dedutivas e a uma realidade limitada a diretrizes prévias, mantendo-se sempre o maior distanciamento possível do objeto estudado.
É por isso que Velho se propõe a investigar usando o método “Qualitativo”, o qual exige o contato direto e pessoal com o objeto de estudo, permitindo penetrar na cultura dos indivíduos, conhecer áreas e dimensões sociais e aprofundar-se na observação das múltiplas realidades. É criando empatia, portanto, que Gilberto se dispõe a ser julgado e criticado, pois, segundo ele próprio, só assim pode-se concluir um quadro geral.
No entanto, mergulhar nas vivências e experiências alheias é também ter a incerteza de quão ampla e longínqua pode ser a investigação. Trata-se de um complexo problema que envolve questões de distancia social e psicológica.
Embasado em teorias de Da Matta e Simmel, Gilberto Velho afirma que existe um distanciamento entre os indivíduos, não só físico, mas linguístico e intelectual, o que faz com que as características de cada grupo familiar sejam distintas, mas ainda assim possíveis de se absorver e adaptar, graças à capacidade cognitiva de nosso psicológico.
Circunstancialmente, existem traços homogêneos e heterogêneos na sociedade que enfatizam ou reduzem as distâncias, tais como língua, cultura, costumes, religião (fatores