Resumo - Mudança estrutural da esfera pública
Jurgen Habermas apresentou em sua obra Mudança estrutural da esfera pública uma visão negativa sobre a influência que os indivíduos faziam sobre sua capacidade crítica e de sua razão. Para Habermas o surgimento da imprensa foi marcado pelo jornalismo empenhado “na luta em torno do espaço da opinião pública e na promoção da publicidade como princípio”. Ele mostra que no princípio da revolução burguesa a imprensa apenas mediava e estimulava o uso que as pessoas faziam em torno de sua razão. Depois a imprensa passou a ”criar” uma opinião, impondo vontades particulares. Devido a isso Habermas afirma que os meios de comunicação seriam responsáveis pela perda da capacidade crítica e da decadência da esfera pública, já que não tem mais a capacidade crítica, são apenas ”transmissores de propagandas”.
Ao explicar o sentido da circulação do poder político nas sociedades atuais, Habermas usa um esquema proposto por Bernhard Peters, em que organiza os atores políticos e sociais em um eixo composto de um centro e vários anéis periféricos. Ao centro estariam os complexos institucionais formais, como parlamentos, cortes, agências administrativas responsáveis pelas decisões legislativas e judiciárias. Os atores localizados ali são os capazes de influir diretamente em processos decisórios através de situações comunicativas que empregam as deliberações formais, as negociações face a face e os discursos institucionalizados. Próximas ao núcleo administrativo estariam esferas autonomas organizadas, mas ligadas ao governo.
E, em um terceiro nível, estariam as organizações de funções de coordenação em domínios sociais carentes de regulação. Os atores ali reunidos são os que não conseguem fugir das desigualdades de poder. Nesse sentido, o “modelo de circulação do poder político” estabelece que, de um lado, a periferia, mobilizaria a esfera pública política que, de outro lado, se encarrega de decidir quais das interpretações, alternativas e possíveis soluções encaminhadas