Resumo Marxismo e educação
Quando a educação brasileira olha para trás, consegue dividir seu predomínio ideológico em três períodos antes do processo de reabertura política. O primeiro da história pós-descobrimento vai até a Proclamação da República, no qual a Igreja Católica exerceu grande influência. No segundo, que vai até a ditadura militar de 1964, prepondera o pensamento liberal (ainda que a influência da igreja tenha permanecido bastante forte). Finalmente, no regime militar impera outro modelo, voltado para um ideal tecnicista. Os três momentos deixaram heranças que continuam presentes na educação brasileira.
O catolicismo sempre esteve presente na educação brasileira, mas no período do Brasil Colônia sua influência era muito profunda: catequizou os índios e educou os filhos dos colonizadores. Mesmo depois das reformas empregadas pelo marquês de Pombal em 1759, com a expulsão dos jesuítas do Brasil, foram estes em boa parte que acabaram assumindo as ocupações de mestres-escolas por falta de professores em terras brasileiras. Ou seja, não havia nenhuma política ou plano de educação efetivo para a colônia e a elite agrária não se opunha à educação religiosa, pois mantinha uma relação distante com ela: seus filhos normalmente iam à Europa estudar.
O espectro ideológico dominante na educação brasileira começa a mudar a partir do desenvolvimento do processo de industrialização, que forma uma nova classe dominante na burguesia urbana e industrial. A população agrária vai para as cidades no início do século 20. A mecanização das fábricas, os fluxos de imigrantes europeus e asiáticos e a constituição de uma nova classe trabalhadora urbana pressionam os rumos da educação para políticas de Estado, que ganham muita ênfase principalmente a partir da década 1930. Assim, a ideologia até então reinante da Igreja começa a enfrentar uma oposição liberal.
O desenvolvimentismo que marcou o Estado Novo implicou a ideia de uma formação