Psicologia na educação infantil
Rosemary Dore Soares*
RESUMO: A literatura educacional brasileira inspirou-se nas idéias socialistas para apresentar propostas alternativas para a escola. No entanto, o socialismo real entrou em crise. Viria essa situação abalar os ideais socialistas de uma escola para todos? Neste texto, argumenta-se que o socialismo real, devido às suas contradições internas, não foi, no Brasil, referência para o debate sobre a concepção socialista da escola. Este fundamentou-se mais na filosofia política do socialismo do que na prática concreta das sociedades do leste europeu. No entanto, o conceito socialista da escola, tanto quanto antes da débâcle do socialismo real, permanece confuso. A unidade das formações geral e técnica, tema relevante desse ideário, vem sendo retomada em face de demandas contemporâneas do capitalismo, no campo da qualificação profissional, exigindo novas pesquisas sobre o assunto.
Palavras-chave: qualificação para o trabalho, concepção socialista de educação, crise do socialismo real, novas tecnologias, impactos sobre educação
Introdução
Um veio pouco discutido na nossa literatura educacional refere-se à análise do conceito socialista de educação no quadro das tendências do novo ordenamento mundial, onde se configura a crise do "socialismo real".
A "nova ordem mundial" pode ser caracterizada, em grandes linhas, pelo fim da guerra fria e pela queda do "socialismo real" no leste europeu; pela crise do Estado do bem-estar social (modelo social-democrata) e pela ascensão do pós-liberalismo,1 com as estratégias para o soerguimento do capitalismo, aliadas à introdução da microeletrônica no processo produtivo, provocando enormes impactos em todas as esferas da vida social.
Esse conjunto de mudanças tem apontado para uma questão paradoxal: no mesmo momento em que o "socialismo real" entra em crise, os novos paradigmas de