Resumo do capítulo “O Ser” da obra “Lições da Filosofia Tomista”
O objeto da metafisica é o ser em toda a sua generalidade, ou seja, o ser enquanto ser. A impossibilidade de encontrar noções mais gerais para definir o ser leva-nos a ter dele uma noção primária, em absoluto. Essa noção é a última base de todas as nossas outras noções. A única definição que se pode fazer do ser é que o ser é tudo aquilo que existe ou pode existir.
A noção de não ser pode ser estática. Todo o conceito rígido do ser, que não atenda à mudança, a evolução, ao devir, é um conceito falso. Destacam-se dois conceitos: o ser existente de fato (o ATO) e a possibilidade real de existência (a POTÊNCIA). Só o ato é, plenamente, um ser; a potência, por sua vez, difere do não-ser puro, pois tem possibilidade REAL de existir, embora ainda não seja um ser. O que um dado ser é, em ato e potência, depende do que o caracteriza como ser, ou seja, sua ESSÊNCIA. Um ser não pode ser, nem em potência nem em ato, algo que negue a sua essência. Essa, por sua vez, é que determina o que uma coisa pode ser, mas não exige que essa coisa exista realmente. A essência é uma forma possível de existência: ela existe em potência! (a existência é o seu ato). A essência real é chamada natureza do ser e existe dentro do mesmo. A própria essência dos seres materiais exige a composição de um material (a MATÉRIA) e de um elemento imaterial, de ordem intelectual (a FORMA). A matéria é o corpo em potência. Ao receber a forma, esse corpo transforma-se em ato. A matéria e a forma não são seres, são elementos constitutivos do ser. A forma é a ideia imanente que a matéria realiza. O conceito de forma é imaterial. Os seres formam diversos agrupamentos, que são determinados pela existência de certo número de características. Os agrupamentos mais particularizados, ou seja, que compreendem todos os seres cuja essência é idêntica, são chamados de espécies. Os demais agrupamentos, mais particulares ou mais gerais são os gêneros. Na noção de um gênero existem, em