São Tomás de Aquino
Sinderese
9 .1
F ilosofia tom ista
A filosofia de Santo Tomás de Aquino (1225-1274) encontra-se estrutural e visceralmente comprometida com os Sagrados Escritos, de um lado, e com o pen samento aristotélico, de outro. Isso não significa que deixe de albergar outras propostas em seu interior, representando até certo ponto uma grande síntese do pensamento filosófico até o século XIII, como as de Dionísio, Boécio, Albergo
Magno, Santo Agostinho, entre outros. No entanto, os pilares de seus escritos são estes que se indicam como principais fontes de inspiração de seu pensamento, claramente fecundo e vasto, seja pela proporção de suas obras, seja pela qualida de de sua doutrina teológica, que haveria de converter-se em doctrina perennis; além de coligir opiniões, sua doutrina converte-se num foco de dispersão de uma nova forma de conceber o conhecimento, aliando fé e razão.1
Assim, a influência recebida do aristotelismo dota as lições tomistas de clari vidência particular, pois, ainda que os textos do Aquinatense se imiscuam no tra tamento de temas metafísicos, teológicos, políticos, sociais... (Suma contra os gen tios, Suma teológica, Sobre o ser e a essência, Sobre o governo dos príncipes...), tudo é racionalmente concebido, concatenado, logicamente explicado, metodicamen te exposto, entrecortando-se suas considerações pessoais com aquelas outras de
1.
Este estudo encontra-se elaborado em Bittar, Teorias sobre a justiça: apontamentos para a his tória da filosofia, 2000, p. 123-151.
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SANTO TOMÁS DE AQUINO: JUSTIÇA E SINDERESE
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senvolvidas e defendidas por seus predecessores.1Nesse tipo de exposição filosó fica, muito semelhante à de Aristóteles, inclusive os opositores possuem espaço reservado, ainda que sirvam como forma de argumento a contrario sensu.
Com essas palavras quer-se introduzir o leitor no universo tomista, no senti do de dizer que, dentro deste sistema de