São tomas de aquino
Filosofia tomista
A filosofia de Santo Tomás de Aquino (1225-1274) encontra-se estrutural e visceralmente comprometida com os Sagrados Escritos, de um lado, e com o pensamento aristotélico, de outro. Isso não significa que deixe de albergar outras propostas em seu interior, representando até certo ponto uma grande síntese do pensamento filosófico até o século XIII, como as de Dionísio, Boécio, Albergo Magno, Santo Agostinho, entre outros. No entanto, os pilares de seus escritos são estes que se indicam como principais fontes de inspiração de seu pensamento, claramente fecundo e vasto, seja pela proporção de suas obras, seja pela qualidade de sua doutrina teológica, que haveria de converter-se em doctrina perennis; além de coligir opiniões, sua doutrina converte-se num foco de dispersão de uma nova forma de conceber o conhecimento, aliando fé e razão.
Assim, a influência recebida do aristotelismo dota as lições tomistas de clarividência particular, pois, ainda que os textos do Aquinatense se imiscuam no tratamento de temas metafísicos, teológicos, políticos, sociais... (Suma contra os gentios, Suma teológica, Sobre o ser e a essência, Sobre o governo dos príncipes...), tudo é racionalmente concebido, concatenado, logicamente explicado, metodicamente exposto, entrecortando-se suas considerações pessoais com aquelas outras desenvolvidas e defendidas por seus predecessores. Nesse tipo de exposição filosófica, muito semelhante à de Aristóteles, inclusive os opositores possuem espaço reservado, ainda que sirvam como forma de argumento a contrario sensu.
Com essas palavras quer-se introduzir o leitor no universo tomista, no sentido de dizer que, dentro deste sistema de pensamento, a justiça não somente encontra lugar especial, recebendo, portanto, tratamento extensivo, principalmente no texto da Summa Theologica, mas também que a justiça vem estudada minuciosamente, parte por parte, conceito por conceito, detalhe por