resumo caso societário

Caso Sadia
O objeto do caso em questão é a responsabilidade dos administradores da Sadia em razão de operações realizadas com instrumentos financeiros, denominados derivativos, mais especificamente derivativos 2x1, que são instrumentos de alto grau de complexidade e de risco, utilizados geralmente como hedges por companhias exportadoras para reduzir o risco de variação cambial, perfeitamente justificável em atividades que não digam respeito ao mercado financeiro quando pensamos que a Sadia, por ser exportadora, recebia em dólar de seus credores.
Essas operações passavam por uma rigorosa política financeira, havia diversos órgãos na empresa aos quais cabia a função de ratificar as operações feitas por órgãos inferiores caso fossem superior à valores estabelecidos mensalmente. Por exemplo, até o valor de US$ 50 milhões mensais, seria a Gerência de Risco responsável pela aprovação da operação; até o valor de US$ 100 milhões, a Gerência Financeira; até o valor de US$ 200 milhões, a Diretoria Executiva e, acima de tal valor, seria da alçada do Comitê Financeiro, formado por membros do Conselho de Administração. Além desses havia outros mecanismos de controle das operações financeiras, elas, por exemplo, não deveriam comprometer mais do que 20% do patrimônio líquido da empresa e nem superar os três últimos faturamentos mensais.
Esses derivativos, porém, geraram um grande lucro para a companhia em função da estabilidade que a moeda brasileira possuía e acabaram se tornando umas das principais fontes de lucro da empresa. Porém, após uma alta nos preços do dólar, a companhia sofreu um forte prejuízo e, ainda assim, não adotou mecanismos de “stop loss”. Ficou constatado mais tarde que os administradores contrataram mais do que a política financeira permitia e que não houve a supervisão dos órgãos de alçada superior.
Em função dessas perdas e da não conformidade com a política financeira, esse PAS apura a responsabilidade dos administradores e conselheiros da companhia