Resumo capítulo 1 - vinte anos de crise
A guerra de 1914-18 pôs um fim na opinião de que a guerra é um assunto que afeta unicamente soldados profissionais e, fazendo isto, dissipou a impressão correspondente de que a política internacional podia ser deixada com segurança nas mãos dos diplomatas profissionais. A campanha pela popularização da política internacional começou, nos países de língua inglesa, sob a forma de uma agitação contra tratados secretos.
A ciência da política internacional, portanto, surgiu em resposta a uma demanda popular.
A razão, diz Kant, deve pesquisar a natureza "não... como um aluno, que presta atenção a tudo o que seu mestre decidir contar-lhe, mas como um juiz, que obriga a testemunha a responder-lhe todas as perguntas que ele mesmo ache apropriadas a seu fim?".
O pensamento político é, ele mesmo, uma forma de ação política. A ciência política não é apenas a ciência do que é, mas do que deveria ser.
No século dezoito, o comércio na Europa ocidental tornou-se tão importante, que as restrições a ele impostas pela autoridade governamental, e justificadas pela teoria mercantilista, constituíram-se em obstáculos. O protesto contra essas restrições assumiu a forma de uma visão desejada de um comércio universal livre; e, partindo dessa visão, os fisiocratas na França, e Adam Smith na Grã-Bretanha, criaram a ciência da economia política. A nova ciência baseou-se primeiramente na negação da realidade existente, e em certas generalizações artificiais e não verificadas sobre o