Resenha

Cibercultura
(Pierre Lévy, São Paulo: Editora 34, 1999)

Na primeira parte, Definições, do livro Cibercultura de Pierre Lévy, apresenta uma visão que o autor tem em relação à técnica, cultura e sociedade. Ele introduz o capítulo fazendo elucubrações filosóficas sobre o sentido da palavra “impacto” como sendo inadequada ao se fazer uma ligação com a tecnologia.
Mesmo sendo escrita há 15 anos é uma explanação bem atualizada de fácil interpretação. Em sua narrativa analítica, o autor sinaliza que a sociedade encontra-se condicionada, mas não determinada pela técnica. Ele enfatiza que a técnica é produto de uma cultura, e uma sociedade encontra-se condicionada a sua técnica. Essa técnica abre várias vertentes em todos os aspectos da vida social e, portanto, sem ela, algumas opções sociais e culturais não poderiam ser idealizadas.
Destinada não somente aos que conhecem o universo do Ciberespaço, mas, também, para quem queira conhecer, nesse capítulo o autor utiliza-se da linguagem metafórica em oferecer ao leitor a oportunidade de perceber que o Ciberespaço está provocando uma reviravolta na cultura humana. Compreendendo, ainda, reflexões sobre interatividade e sinaliza sobre diferentes mídias ao apontar para a grande potencialidade interativa do ciberespaço. O Ciberespaço atribui ferramentas para a pesquisa e a troca de conhecimento passa a ser mais interativo.
Em Definições, Pierre Lévy une técnica, sociedade, cultura, arte, educação, cidadania em um único espaço. Reflete acerca do impacto das tecnologias sobre a construção da inteligência coletiva: termo denominado pelo autor como “veneno e remédio da cibercultura”.
Nesse capítulo o autor divaga sobre os caminhos da humanidade nas práticas sociais mediadas pelas tecnologias digitais e ao contrário do que muitos pensam, o Ciberespaço não veio confrontar com outros meios, apenas possibilitar formas mais práticas de relacionamento, de conhecimento e interação que, de certa maneira, facilitam a nossa vida.