Resenha o queijo e os vermes
Nascido em 1939 em Turim, Carlo Ginzburg se formou na Itália e deu aulas na Universidade de Bolonha, mas logo se mudou para os EUA, onde em 1973 começou a lecionar em Princeton. Também lecionou em Harvard, Yale e na Universidade da Califórnia. Como historiador, Ginzburg pesquisa a história das pessoas comuns, e junto com Robert Darnton e Emmanuel Le Roy Ladurie formou um grupo que trabalhava com a “história das mentalidades”. Ginzburg é um dos intelectuais mais em pesquisas sobre micro-história. 1
Em “O queijo e os vermes” Ginzburg investiga, a vida, o cotidiano e o processo inquisitório sofrido por Dominico Scandela, vulgo Menochio, um moleiro que vivia na vila de Montereale, na Itália no século XVI. Menochio foi condenado pela inquisição pelas críticas que fazia a igreja e as heresias que falava, e acabou sendo julgado e executado. Menochio não era um camponês ordinário, primeiro por saber ler. E o que ele leu, junto com a tradição oral que já tinha, o fez pensar de um jeito diferente, ele criou uma cosmogonia própria, e começou a tecer críticas a igreja. Por sua posição como moleiro, aquele que é responsável pelo moinho de trigo, tinha contato muitos dos camponeses da sua cidade, o que fez que as suas heresias chegassem rapidamente aos ouvidos inquisidores.
E assim Menochio foi parar na sua primeira entrevista com os inquisidores, estranhamente, nessa primeira entrevista, ele parecia muito entusiasmado em expor suas ideias, parecendo, até mesmo, querer impressionar o inquisidor. Foi penalizado, passou dois anos preso, mas depois sua pena foi amenizada ele foi autorizado a voltar pra casa para trabalhar, sob a condição de usar um hábito preto com uma cruz e parar de dizer as heresias.
Menochio, entretanto, continuou a expor suas ideias e isso o levou a um segundo julgamento. Nesse segundo julgamento ele