Resenha - A Publicidade É Um Cadáver Que Nos Sorri
A PUBLICIDADE É UM CADÁVER QUE NOS SORRI, DE OLIVIERO TOSCANI
O livro “A Publicidade é um cadáver que nos sorri”, do fotógrafo e publicitário Oliviero Toscane, contém críticas contundentes a maneira como a publicidade é feita hoje no mundo inteiro. Condenado pelos maiores expoentes do marketing no mundo, Oliviero Toscane usa seu livro para justificar suas escolhas quando confecciona as campanhas publicitárias da Benetton. Num mundo onde a publicidade nos vende a felicidade, a completude, beleza esvaziadas de sentido ou qualquer outro propósito além do êxtase do consumo, Toscane explora as outras possibilidades da imagem para mostrar o potencial social e questionador que uma marca pode ter diante de seu publico. Por isso escolhe mostrar bebês de raças diferentes, denunciando a preconceito; a morte de um aidético, para mostrar o fim de um doente terminal, que, mesmo cercado por carinho familiar, ainda é uma cena que pode ser evitada; uniformes ensanguentados para mostrar o descalabro da guerra no leste europeu.
Uma marca, segundo seu livro, deveria ter o compromisso social com as misérias humanas, ao invés de anestesiar seu público com ideias de felicidade que são incapazes de se concretizar. Principalmente aquelas marcas que, já tão consolidadas no mercado, não precisariam usar de recursos condescendentes para vender seu produto.
Se os publicitários mais tradicionais veem as obras de Toscane como oportunistas ou de mau gosto, o autor também não os vê com bons olhos. Toscane usa um grande capítulo para desmascarar a ilusão que a publicidade e publicitários construíram sobre si mesmos e mostra que, apesar de “gênios” e “vanguardistas” recorrem sempre aos mesmos lugares comuns como slogans “melhor”, “mais”, ou utilizar ícones culturais de uma época como ideais de “força”, “independência”, “experiência”; propagandas de carros que através dos anos se repetem e outros exemplos.
Em “A Publicidade é um cadáver que nos sorri”, Toscane desmistifica a