Diagnóstico do Filme Cisne Negro
Ilusões e Alucinações no Cisne Negro
O aclamado filme “Cisne Negro” nos mostra a história de Nina, uma mulher com 28 anos, que se comporta e deixa-se ser tratada como se ainda fosse uma adolescente; ela é dançarina de uma grande companhia de balé clássico dos Estados Unidos. Quando o diretor da companhia resolve apresentar ao público na próxima temporada uma remontagem do clássico “Lago dos cisnes” é o momento que a trama do filme, e o ponto que pretendo debater, inicia. Nessa nova versão a bailarina principal representará tanto o cine branco quanto o negro, uma difícil tarefa tendo em vista que até mesmo a forma de dançar é muito diferente de ambos os cines.
Ao ser escolhida para representar a Rainha dos cines, Nina deverá se esforçar muito, pois ela é o perfeito white swan: frágil, doce e vulnerável, porém para interpretar o cisne negro deverá ser ousada e envolvente. A exigência que ela exerce sobre si mesma de ser absolutamente perfeita como dançarina, acaba entrando em conflito com essa dificuldade que ela encontra em representar o papel de cine negro. A idéia de conseguir dançar e se expressar de uma maneira tão diferente de como ela estava acostumada torna-se prevalente, alterando seu juízo. Assim como na teoria (Dalgalarrondo, 2008), Nina identifica-se plenamente com esta idéia, colocando sua personalidade e seu jeito de ser fora dos palcos, totalmente a favor desse pensamento. Necessita mudar não apenas a bailarina, o seu jeito de dançar, mas também a Nina em si; necessita soltar-se, deixar seus instintos reprimidos virem ao nível consciente e agir verdadeiramente; ela não deve apenas fingir ser alguém, ela realmente precisa ser o cisne negro.
Envolvida neste pensamento supremo, Nina começa a ter ilusões e alucinações. Sua sensopercepção começa a alterar-se quantitativamente, uma vez ela começa a coçar suas costas, inconscientemente, com muita força chegando a machucar-se. Essa analgesia (Dalgalarrondo, 2008), aumenta na medida em que