Resenha: Vigiar e Punir
Introdução
Em Vigiar e Punir, Foucault aborda o secular problema da resposta social ao crime, mostrando a evolução humana na forma de tratar o criminoso e o crime. Consistindo basicamente num sistema de controle social através da conjugação de várias técnicas de classificação, de seleção, de vigilância, de controle, que se ramificam pelas sociedades a partir de uma cadeia hierárquica vindo do poder central e se multiplicando numa rede de poderes. O livro é dividido em quatro partes: suplício, punição, disciplina e prisão.
PARTE I – Suplício
Capítulo 1 – O Corpo dos Condenados.
O livro Vigiar e Punir, do autor Michel Foucault, em sua primeira parte tem o objetivo de demonstrar a evolução do Sistema Penal no mundo. O livro traz exemplos de penas aplicadas na Franca no século XVIII, onde no começo do século as execuções das condenações eram feitas publicamente, marcadas por muita violência e brutalidade. Algumas décadas depois, principalmente a partir do século XIX, a ideia de aplicação da pena já estava totalmente reformulada, onde o essencial das penas é reeducar os criminosos.
O Suplício é uma pena imposta pela Justiça, no qual o condenado deveria confessar o crime publicamente. As penas imposta eram carregadas de brutalidades e atrocidades contra o condenado, sendo que a ideia de punir era materializada por penas físicas, penas corporais. Outra característica deste tipo de pena era a exposição dos condenados às pessoas, que assistiam todas as etapas da execução de uma pena. Ou seja, o cumprimento da pena era um espetáculo punitivo, uma espécie de teatro.
Contudo, com o passar das décadas foi ocorrendo a evolução das práticas punitivas. As penas que possuíam caráter de espetáculo tinham um cunho negativo, sendo consideradas como algo que estimulasse a violência. Sendo assim, a punição vai se tornando a parte mais velada do processo penal, onde sua eficácia é atribuída a sua fatalidade e o que desvia o homem do