resenha totemismo hoje - levi-strauss
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Com o objetivo de erradicar a teoria das tradições evolucionistas, e pôr fim ao pensamento de que há povos “primitivos”, em contraposição aos ditos “civilizados”, Claude Lévi Strauss escreve em 1962 O Totemismo hoje; mais do que isso, eles se propõe a defender que as pessoas que viviam em sociedades remotas pensavam e raciocinavam da mesma forma, e com o mesmo mecanismo que os europeus, por exemplo, e que apenas a manifestação desses pensamentos se realizavam de diferentes maneiras; os sistemas de classificação eram uma amostra disso, onde as relações entre pensamento e realidade se mostram através do ‘conceber e vivenciar’. Assim, Lévi-Strauss aborda a questão do “Totemismo”, que até então era considerada pelos evolucionistas como uma instituição primitiva e pré-religiosa, mas que para ele era uma forma de pensamento. Apesar de já tivesse sido objeto de estudo de outros pesquisadores, essa questão ainda era pouco esclarecida; pela diversidade com que se manifesta o Totemismo era de difícil definição. Até por isso, confundiu-se esse problema com dois outros distintos: o primeiro seria remeter a perspectivas muito gerais sobre as relações entre homem e natureza e que, para Lévi-Strauss “interessa à arte e à magia, tanto quanto à sociedade e à religião” (p.22); o segundo, quase como consequência, seria se aproveitar de “uma tendência muito geral para postular relações íntimas entre humanos e os seus objetos naturais” (p.23). Em determinado momento do texto o autor também chega a comparar o Totemismo com a histeria, pois os dois haviam sido tratados de maneira biológica, natural, em detrimento do aspecto social. Outra noção de que ele tenta nos afastar é a que coloca como princípio ou meio de ação do “primitivo” o ‘sentido’ e o ‘afeto’, enquanto os “civilizados” agiriam conforme o ‘intelecto’. Lévi-Strauss dedica parte de sua exposição para discutir a visão funcionalista que Malinowski atribuiu a essa questão, principalmente no que diz respeito do por que