Totemismo
Esta resenha objetiva avaliar a análise feita por Lévi-Strauss sobre o totemismo.
Com referência na obra Totemismo Hoje do autor, pretende-se verificar quais os fundamentos utilizados pelo mesmo para desconstruir o conceito em questão. Além disso, será analisado, de certa forma, o valor explicativo de sua proposta.
Logo na introdução da obra, percebe-se que a idéia de que o totemismo como mera ilusão não é peculiar ao pensamento levi-straussiano. Em contraste com as idéias de Frazer que tentava fundamentar o totemismo como sistema e explicar sua origem, autores como
Goldenweiser, Lowie, Kroeber e Boas desacreditavam na realidade do fenômeno em questão. Boas, por exemplo, afirma que “escreveu-se demais sobre o totemismo... e acabouse deixando-o completamente fora de discussão... Mas as maneiras pelas quais se manifesta são tão diversas em cada parte do mundo, as semelhanças são tão superficiais, e os fenômenos podem aparecer em tantos contextos sem relação alguma com a consangüinidade real ou suposta que é absolutamente impossível enquadrá-los numa única categoria.” ( Boas apud. Lévi-Strauss, p.99)
Ao citar diversos conceitos de vários autores a respeito do totemismo, Lévi-Strauss demonstra que não existe um consenso em relação ao mesmo. Isso ocorre porque as características relacionadas ao sistema muitas vezes estão presentes somente em determinados lugares.
A ilusão totêmica consiste em acreditar que um conjunto de fatores não universais formam um sistema genérico. O exemplo da 24ª Divisão ou Divisão Arco-Íris presente no estudo de Linton evidencia esse problema. Segundo o último, uma divisão do exército, por
reunir