Resenha - Tempo disciplina de trabalho e capitalismo

O autor se propõe a investigar em que medida e de qual modo, a mudança no senso de tempo imposto pelo estado da técnica influenciou na disciplina do labor. Na era primitiva o tempo era medido de acordo com o ciclo de fatos naturais ou de atividades domésticas. Sobre o comportamento da população campesina da Argélia, citando Bordieu, afirma que: “a pressa é vista como falta de compostura combinada com ambição diabólica”. O desinteresse pelo tempo medido em relógios somente é viável em comunidades campesinas e de pescadores, que tem como orientação temporal as suas tarefas, sendo que nestes casos a separação entre “trabalho” e “vida” não é tão evidente. Por outro lado, quando se emprega mão de obra, o empregador passa a levar em consideração não mais as tarefas executadas, mas o valor do tempo. Durante boa parte da Revolução Industrial os relógios se concentravam em igrejas e espaços públicos, e não eram instrumentos de medição muito precisos. Os sons emitidos pelos sinos demonstravam ser mais eficaz do que a visão. O uso do pêndulo nos relógios levou a um grande avanço no sentido de correição da medição do tempo. Inúmeros artesões exerceram papel fundamental na inovação tecnológica ocorrida nos primórdios da Revolução Industrial. Muito mais do que um instrumento de medição preciso, os relógios confiavam status aos seus proprietários. Os impostos sobre a produção de relógios foi recebido com grande resistência. A propriedade de relógios era vista como sinal de riqueza. A falta de operacionalidade da tributação levou a revogação da lei que tributava a propriedade de relógios. Os relógios deixam serem artigos de luxo e passam a ser uma conveniência. O relógio passa a ser uma necessidade emergente para a sociedade capitalista industrial. A principal característica do trabalho antes da indústria era a irregularidade. Os homens detinham o controle sobre a vida produtiva. O domingo era o dia da família e do descanso, já a Santa Segunda-Feira era o dia da amizade e dos