Resenha: tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial
Henry Fielding, Na enquiry into the causes of the late increase of robbers (1751)
A Europa Ocidental, nos anos entre 1300 e 1650 foi marcada por diversas mudanças significativas na sua cultura intelectual. Com o avanço do século XVII, houve uma preocupação entre a relação com o tempo e com o que se fazia com esse tempo, e essa idéia logo foi se expandindo.
O autor chega a analisar de que maneira, essa mudança na noção de tempo estava afetando e influenciando os hábitos internos dos trabalhadores, pois se a mudança para a sociedade industrial trouxe consigo uma nova estrutura nos hábitos de trabalho, como tudo isso teria uma relação? E para eles esse relacionamento com o tempo, tinha grande ligação com as tarefas domésticas e a rotina de trabalho, sendo sempre descrita como uma orientação pela as tarefas. E essa relação entre o relógio e as tarefas, não se perdeu totalmente, persistindo em alguns lugares até os dias de hoje, sendo mais compreensível do que o trabalho de horário marcado, também é comum não haver separação entre o trabalho e a vida, onde essas relações sociais se misturam para o camponês ou artesão. Mesmo que este seja um pequeno agricultor, ainda assim existirá a divisão do trabalho, nesse caso o tempo já está começando a se transformar em dinheiro.
O grande fazendeiro, que é o empregador, a partir do momento em que contrata mão de obra, nos leva a observar que o tempo pela orientação de tarefas dá lugar ao trabalho por horário marcado, medindo-se o trabalho em dias, pois tempo é dinheiro.
Com o passar do tempo os relógios foram sendo aperfeiçoados, e passou a ter um simbolismo de status entre a gentry, os comerciantes, fazendeiros e mestres, talvez por sua complexidade no formato e a preferência pelo metal