Resenha sobre o Filme - Meu Tio
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No filme Meu Tio (Mon Uncle), o produtor e diretor Jacques Tati procura fazer comentários críticos à modernidade e ao estilo de vida artificial trazido pela ascendência dos Estados Unidos na Europa do pós-guerra, mostrando o cotidiano do Monsieur Hulot, um homem desajeitado, simples e desambientado, vestido de maneira simples com suas calças largas e curtas, capa, chapéu de abas pequenas, guarda-chuva e cachimbo, e sua relação com o ambiente ordenado e moderno de sua irmã, casada com um homem rico na mesma cidade. O roteiro opõe a casa bagunçada e antiga em que vive Hulot e a moderna casa dos Arpel. Essas diferenças vão da excentricidade da fonte de água em forma de peixe que é acionada a cada vez que chega uma visita na casa dos ricaços à molecagem do assobio utilizado por Hulot para distrair os transeuntes fazendo com que eles dêem uma trombada em um poste. Monsieur Hulot vive uma série de peripécias que ridicularizam a febre modernista do final dos anos 50, e, com seu jeito simples e ingênuo, acaba ganhando a simpatia de seu sobrinho Gerárd. O filme traz durante todo o tempo, contrastes entre a vida moderna e a vida tradicional. Percebe-se isso ao comparar as casas de Sr. Hulot e a de sua irmã. De um lado, a vida moderna é mostrada em ambientes quase todos de tonalidade clara, em geral branca, de formas geométricas perfeitas, compondo espaços exageradamente limpos, frios e vazios; enquanto, de outro, a vida tradicional aparece sob maior mistura de tons e cores, variadas formas, com ambientes realistas, naturalmente sujos, porém poéticos e aconchegantes. Tati brinca com a percepção do espectador ao mostrar, como numa mensagem subliminar, a crítica à falta de comunicação existente no mundo moderno, como por exemplo, no ruído exagerado da fonte do jardim, acionada apenas na presença de visitantes ilustres, ou na afirmação que todos os cômodos da casa "se comunicam.". O sentido de "comunicar-se" ganha aqui sentidos absurdos. Quando a Sra. Arpel está na cozinha