Resenha sobre Galileu
Galileu Galilei (1564 – 1642) foi um dos principais personagens do desenvolvimento da ciência. Seus estudos de Matemática, Física e Astronomia foram uma contribuição indelével desse processo. Suas teorias fizeram ir abaixo toda ordem conceitual que justificava o poder da Igreja Católica na Idade Média. Em vista disso, foi julgado pelo tribunal da Inquisição e passou o resto de sua vida pesquisando, sob a supervisão do Vaticano.
É difícil fazer qualquer menção a Galileu Galilei sem incorrer perigosamente em reducionismos. Sua vida e produção possuem um significado incomensurável na construção do mundo moderno. Em uma das mais respeitadas tentativas de apresentar um pouco dessa trajetória, o dramaturgo alemão Bertold Brecht (1898 – 1956) escreveu em 1938, a peça: A Vida de Galileu. Na iminência da barbárie (a vitória do nazismo na Alemanha parecia inevitável), Brecht foi buscar na trajetória do cientista um subtexto para expressar suas ideias sobre o comportamento dos intelectuais diante da repressora sociedade medieval.
Anos depois, em 1975, a obra é adaptada para o cinema pelo diretor inglês Joseph Losey. Com o cuidado de manter seu estilo teatral, o longa A Vida de Galileu (Galileo, ENG, 1975) apresenta Galileu comprovando, por meio de instrumentos e verificação científica, a validade de muitas teorias, como a de Copérnico, por exemplo.
No entanto, é importante salientar que a Europa Medieval em que viveu o cientista era uma época pouco científica, cercada de misticismos e crenças, que explicava eventos como, doenças, pestes e catástrofes pela bruxaria. A fornalha do Tribunal do Santo Ofício queimava a todo vapor. O filme cuida de apresentar a forma como Galileu soube, através de uma articulada rede de contatos (como a família Médici e o Cardeal Urbano II), negociar com esses elementos enquanto realizava seus estudos.
Outro elemento que merece destaque é a relação que a ciência passa a desenvolver com a burguesia. O episódio em que