Resenha - preconceito linguistico

PORTUGUÊS, PRIVILÉGIO DOS ILUMINADOS

Gian Gabriel Borba

A figura de um casal de aparência cansada e origem humilde que cuidadosamente foi selecionada por o autor e agora estampam a capa do livro nos remetem a pensar porque sempre associamos pessoas economicamente desfavorecidas a uma linguagem pobre, assim antes mesmo de abrirmos o livro já percebemos que o preconceito linguístico não é um tema corriqueiro e sim que está impregnado na sociedade. Surpreendentemente o casal e a criança que ilustram a capa são respectivamente sogro, sogra e cunhado do autor e indiscutivelmente a surpresa é resultado do preconceito, ainda que precoce, já que muitos jamais imaginariam que tal renomado autor tivesse origens ou laços afetivos com pessoas tão simplórias.
O autor Marcos Bagno, em sua consagrada obra “Preconceito Linguístico – o que é, como se faz”, convida a refletir sobre as variantes linguísticas decorrentes no português falado no Brasil, trata de maneira bastante ampla e argumentativa as origens e aspectos do preconceito que existe em relação à linguagem não culta tão comum a todos e por fim sugere caminhos a serem trilhados para que todos os mitos que formam os alicerces do preconceito linguístico sejam derrubados. A argumentativa do autor é de fácil compreensão e muito bem fundamentada com exemplos práticos tornando a obra acessível a um publico bastante amplo. O livro é dividido em quatro partes, inicialmente o autor trata dos mitos, aspectos e situações que sustentam toda a tese, no segundo capítulo o autor ataca opiniões de defensores da norma culta e exemplifica o círculo vicioso do preconceito. Já no terceiro capítulo é abordado à desconstrução do preconceito linguístico onde os aspectos sociais, culturais políticos e econômicos são desmantelados sustentando toda defesa do autor. Por último é discutida a posição dos linguistas em relação à linguística e também a influência dos meios de comunicação e mídia na supervalorização da norma culta e