Resenha paulo freire - pedagogia da autonomia
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA:
SABERES NECESSÁRIOS À PRÁTICA EDUCATIVA
PAULO FREIRE
POR UM ENSINO AUTÔNOMO: CONTRIBUIÇÕES DE PAULO FREIRE AO EXERCÍCIO DA PEDAGOGIA
“Pois encontrar-se-ão sempre alguns indivíduos capazes de pensamento próprio.”
(Immanuel Kant) O educador brasileiro Paulo Freire, em sua obra Pedagogia da Autonomia apresenta um conjunto de práticas educativas que visam a transformação do ensino. A partir do debate de questões que acontecem no cotidiano do professor como agente educativo – muitas vezes relatando experiências de sua própria vivência – Freire adentra no campo dos conflitos que possuem o campo da educação, e que atingem educadores e educadoras, dentro e fora da sala de aula. Para Freire, faz-se necessário que aquele que exerce a tarefa de educar – para ele um exercício permanente – respeite a autonomia do educando, isto é, o conhecimento que o aluno traz consigo é relevante, visto que ele é um ser social e histórico.
Ao longo da obra o autor trabalha o tema do livro, que é “a questão da formação docente ao lado da reflexão sobre a prática educativo-progressiva em favor da autonomia do ser dos educandos” (FREIRE, 1996, p. 14) e realiza uma análise dos saberes fundamentais a essa prática, dialogando diretamente com obras anteriores. Observando sempre através da ótica dos “condenados da terra” (FREIRE, 1996, p. 16), Freire trás a tona a responsabilidade ética da tarefa docente, a eticidade, como o mesmo denomina ao longo de seu trabalho, e, nos correntes três capítulos que o compõem, transcorre sobre os temas de que só ocorre a ação de aprender – a discência – quando se há docência, estabelecendo uma correlação entre ambas; a tarefa de se ensinar não se resume na simples transferência de conhecimento; e que ensinar é uma especificidade humana e é ela que nos difere dos outros seres. Por tornar-se repetitivo em muitas de suas colocações – ora ele retoma a posteriori um assunto já trabalhado, ora ele aborda a priori um