Resenha: Os Bestializados
Os Bestializados: O Rio de Janeiro e a República que não foi. Obra de José de Murilo de Carvalho explana a mudança histórica da transição da Monarquia para um Estado Republicano, que remete aos detalhes da consolidação do novo regime e o impacto causado na população alheia a nova era na história nacional, como demostra Aristides Lobo: “O povo, que pelo ideário republicano deveria ter sido protagonista dos acontecimentos, assistira a tudo bestializado, sem compreender o que se passava, julgando ver talvez uma parada militar.” (CARVALHO, 1987, PAG. 09)
Esta visão da população, embora causada pela grande maioria dos excluídos de se abster da participação do processo político e civil do país, despertaria entre o povo um entusiasmo quanto à possibilidade de participação nesse novo regime democrático, embora a República só visasse defendesse o interesse da minoria da população, à elite rural e urbana. O Rio de Janeiro sede da capital cultural e econômica do país sofreu aumento significativo do contingente populacional demográfico, gerando consequências aplicadas a nova consciência de envolvimento nos problemas da cidade e do país, ampliando as mudanças quantitativas, que caracterizava a nova capital da República, com a pluralidade étnica, desequilíbrio de sexos e acúmulo de pessoas em ocupação mal remuneradas, acarretando o crescimento de indigentes na cidade, a classe mais marginalizada do novo regime, e agravando ainda mais os problemas habitacionais, como abastecimento de água ineficaz, falta de saneamento básico e higiene, o que provocou um grande surto de epidemias, tendo como consequência altas taxas de mortalidades.
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Devido à febre especulativa sofrida pela elite republicana, as altas taxas dos produtos importados por esses novos ricos implicaram na inflação generalizada, um dos fatores foi aumento