Resenha - marcuse
MARCUSE, Herbert – A Ideologia da Sociedade Industrial – O Homem Unidimensional.
Liberdade dentro dos sistemas políticos durante a época da Guerra Fria e pós revolução industrial são conceitos de suma importância ao se definir o que Marcuse aponta como estratégias de contenção. Focando-se apenas na parte de crítica entre os sistemas feita por Marcuse, evidencia-se o quanto a questão da liberdade em ambos capitalismo e socialismo soviético são paradigmáticos. Paradigmáticos no sentido de que, com a revolução industrial, por exemplo, há uma promessa de autonomia e independência provinda do trabalho laboral. Porém, é de comum conhecimento que as condições de trabalho durante a revolução industrial ofereciam liberdade aos poucos que tinha dinheiro para comprá-la. Os trabalhadores, por outro lado, não tinham leis que os protegiam da exploração do trabalho. E, junto com a revolução, há um aumento na produção tecnológica, e o trabalho humano começa a ser lentamente substituído pela força da máquina. Marcuse cita Marx nesse sentido; debatendo até onde a substituição da mão de obra humana pela máquina seria geradora de uma liberdade prometida às classes por meio do liberalismo e a capacidade de acúmulo de capital. Essa discussão de liberdade dentro do capitalismo – construindo o caminho para discutir-se a liberdade no socialismo soviético – pode nos remeter à atual discussão de diferença entre classes e o conceito de meritocracia. Dentro do sistema capitalista, ao mesmo tempo que se prega uma chance de crescimento e, assim, um alcance da liberdade, há também a conseqüência do acúmulo de capital por uma minoria. E, essa minoria cria uma visão social que passa a ser pregada como regra comum à vida de mérito àquele que tem a capacidade intelectual de crescer em uma determinada linha de labor. Porém, o que pode se definido como mérito? O problema dessa definição de meritocracia