Resenha Marcuse

1923 palavras 8 páginas
Resenha: Eros e Civilização – Uma Interpretação Filosófica do Pensamento de Freud
13 de Março de 2011

[...] Eros e a Civilização é um livro de filosofia que tem o objetivo de revisitar as ideias da psicanálise lançadas inicialmente por Freud, criticá-las, relacioná-las ao âmbito da sociedade de classes e destacar os aspectos ainda atuais das teses de Freud, confrontando-os com o revisionismo dos “neofreudianos”.

Considerações Preliminares

Hebert Marcuse (1898-1979)
Eros e Civilização foi escrito em 1955, correspondendo ao 4º dos 10 grandes livros publicados em vida por Hebert Marcuse. O filósofo alemão está relacionado à Escola de Frankfurt e, no imaginário comum, remete ao conjunto de pensadores que influenciou as lutas do Maio de 1968 na França.
De fato, Marcuse influenciou aqueles jovens ativistas. E muito do que aparece em Eros e Civilização remete às inquietações daquele movimento. A discussão sobre o problema da sexualidade e sua vinculação às relações de poder e/ou arranjos sociais e históricos de dominação e controle; a crítica radical do trabalho alienado, explorando analiticamente os significados simbólicos e psicológicos da exploração e da condição humana em sociedades capitalistas; a sinalização de novas formas de resistência, envolvendo particularmente a crítica igualmente radical dos valores burgueses; enfim, tudo isso sinaliza preocupações semelhantes entre o movimento do Maio de 1968 e o filósofo.
No posfácio político da obra, escrito em 1966, Marcuse já saúda os protestos estudantis norte-americanos contra as guerras imperialistas como uma nova etapa da luta. Citando-o:
Em defesa da vida: a frase tem um significado explosivo na sociedade afluente. Envolve não só o protesto contra a guerra e a carnificina neocoloniais, a queima de cartão de recrutamento, a luta pelos direitos civis, mas também a recusa em falar a língua morta da afluência, em usar roupas limpas, desfrutar os inventos da afluência, submeter-se à educação para a afluência. A

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