Resenha razão e revolução – hebert marcuse: hegel e o advento da teoria social
A disputa entre as escolas do idealismo alemão e do empirismo inglês representava a própria luta da filosofia como tal. A filosofia como atividade humana, deveria ocupar-se com os problemas da existência humana. Ela guiaria os esforços do domínio racional da natureza e da sociedade, uma vez que ela seria responsável por elaborar os conceitos mais altos e mais gerais sobre o conhecimento do mundo.
Contudo, o domínio racional da natureza e da sociedade pressupunha o conhecimento da verdade, e a verdade teria de ser universal. Mas a verdade universal contraria a aparência diversificada das coisas e sua forma imediata de percepção individual. Logo, o direito que a razão tinha de dirigir a realidade dependia da capacidade do homem sustentar verdades válidas em geral. Para os idealistas a razão só poderia ir além do que é em busca do que deveria ser para sustentar a universalidade e necessidade de seus conceitos. A universidade e a necessidade seriam os critérios de verdade da razão.
Os empiristas negam tais conhecimentos. Hume afirmava que as ideias gerais eram abstraídas do particular e representavam apenas o particular. Logo, teríamos que desistir de uma realidade organizada, pois ela depende da capacidade que tem a razão de atingir verdades cuja validez não deriva da experiência, podendo por vezes contraria-la. Os empiristas chegam a conclusão de que não é a razão que guia a vida, mas o hábito. Isso nos levaria ao conformismo e ao ceticismo, já que a verdade nunca poderia ser diferente da ordem estabelecida e razão nunca poderia ser contrária a ela.
Os idealistas consideravam esta filosofia como expressão da renúncia à razão. Dizer que as ideias gerais eram força do hábito era o mesmo que negar a verdade e a razão. Kant, por sua vez, adota a opinião dos empiristas de que todo o conhecimento deriva da experiência humana e é limitado por esta. Somente a experiência forneceria matéria para os conceitos da