René rémond: as relações entre a europa e o mundo
CAPÍTULO 10: AS RELAÇÕES ENTRE A EUROPA E O MUNDO
• O autor justifica os motivos que o levam a dedicar-se exclusivamente aos acontecimentos que se desenrolam na Europa, ao dizer que “é na Europa que se realizam as mudanças mais decisivas, as que transformam a sociedade, as que modificam a existência. É também na Europa que as grandes correntes de ideias nasceram, que surgiram a revolução técnica, a transformação econômica, a experiência política, que constituem outras tantas forças”. • O autor diz ainda que, diferente dos outros continentes, cuja história quase não se renova, a da Europa se desenrola sob o signo da novidade. • A Europa, no século XIX, não está isolada; ela estende sua ação pelo mundo inteiro. • René Rémond diz que “o estudo das relações entre a Europa e o resto do mundo [grifo meu] pode ser dividido em três partes: a primeira analisará as causas desse fenômeno; a segunda, a mais importante, enumerará as formas tomas pelas relações entre a Europa e os outros continentes; a terceira fará o esboço de um balanço, às vésperas de 1914, dessas mudanças, do intercâmbio de pessoas, de ideias, de produtos, que teceram entra a Europa e os outros continentes laços cada vez mais estreitos.
1. A INICIATIVA EUROPEIA E SUAS CAUSAS
• A influência da Europa vai muito além de seus limites geográficos. A Europa vai de encontro ao mundo, tomando a iniciativa de estabelecer relações duradouras entre os diversos continentes – tudo isso constitui um fenômeno relativamente singular. • O autor então nos questiona sobre o porquê pertence à Europa, e não aos outros continentes, o pioneirismo dessas relações e influência. Ele aponta vários fatores que poderiam atuam como desvantagens para Europa e que, por isso, a torna singular. Segundo Rémond, a Europa estava longe de ser o continente mais extenso (América, África e Ásia são infinitamente maiores), também não era o mais populoso (por volta de 1750, metade da