Resenha "razão e revolução" herbert marcuse
Herbert Marcuse, págs. 25 a 35; 65 a 194
2. O cenário filosófico
Descartes deu nova forma à significação prática da Filosofia, ajustando-se, assim, ao progresso das técnicas modernas. O contraste entre o universal e o individual ganhou força na era moderna, visto que foi uma época onde a ideia de liberdade geral e de que uma ordem social deveria ser composta por indivíduos emancipados eclodiu. O idealismo alemão acreditava que era possível construir uma ordem universal racional que fosse fundada na autonomia do indivíduo (sociedade individualista). Já o empirismo inglês acreditava que nada era mais importante do que a universalidade e, também, que é ela que governa. As ideias trazidas pelo empirismo inglês, como Locke e Hume, pode acabar resultando não só no ceptismo, mas também no conformismo. “A verdade não poderia diferir da ordem estabelecida, nem a razão a poderia contrariar.” (Marcuse, Herbert. Razão e Revolução, pág. 28). Com isso, o idealismo alemão considerava essa filosofia inglesa uma renúncia à razão, pois a existência das ideias gerais atrelada à força do hábito é algo inimaginável. Kant adota a opinião dos empiristas, onde todo o conhecimento humano começa com a experiência e é limitado por ela. Ele defende que a própria experiência passaria a ser produto da razão, visto que seria constituído pela organização plenamente racional das sensações e impressões. Kant também acredita que o espírito humano compreende os dados a ele fornecidos pelos sentidos através das “formas” universais. Ele as divide em dois grupos: intuição (espaço e tempo) e entendimento (categorias). É importante ressaltar que essas formas e categorias não são derivadas da experiência, contudo esta de origina daquelas. “Tais formas são universalmente válidas e aplicáveis, pois constituem a própria estrutura do espírito humano.” (Marcuse, Herbert. Razão e Revolução, pág. 30). Essa estrutura