Frankfurt
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0410632/CA
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A Escola de Frankfurt e a Teoria Crítica.
A filosofia que pretende se acomodar em si mesma, repousando numa verdade qualquer, nada tem a ver, por conseguinte, com a teoria crítica.
Horkheimer. Filosofia e Teoria Crítica.
2.1. O Antecedente: a racionalidade moderna.
Tendo em vista que a presente pesquisa possui como objetivo uma melhor compreensão do pensamento habermasiano no que se refere à fundamentação e legitimidade do direito, é oportuna uma consideração sobre os aspectos que precederam e formaram a base de tal pensamento. Dentre tais aspectos, destaca-se a problemática em torno da racionalidade moderna.
Ao colocar a própria razão como tema central da Filosofia, Habermas procura construir todo um edifício de reflexões e análises nas mais diversas áreas do saber. Assim, sua Teoria do Agir Comunicativo pode ser considerada como condição inicial e fundamental da ética do discurso, temas estes que serão abordados no momento oportuno desta pesquisa.
Importante ressaltar que para Habermas a razão em seu aspecto ético- comunicativo, reúne em si o mundo por assim dizer objetivo, a intersubjetividade dos sujeitos que pensam e agem, bem como a subjetividade de cada um. Temas estes tão complexos aos quais Habermas dedica enorme esforço para compreender a relação existente entre eles.
A razão, ao mesmo tempo em que organiza os conteúdos do mundo vivido1, procura da mesma forma garantir a fundamentação última dos princípios
1 Mundo da vida: importante conceito em Habermas ao que se refere às infinitas vicissitudes das relações humanas. O referido termo foi apresentado por Husserl em Krisis, para designar o mundo em que vivemos intuitivamente, com suas realidades, de modo como se dão, primeiramente na experiência simples e depois também nos modos em que sua validade se torna oscilante (oscilante entre ser e aparência)