RESENHA:LIVRO: DEUS, UM DELÍRIO

Livro: Deus, um delírio
Autor: Dawkins, Richard
Editora: Companhia das letras, 2007
Tradução: Fernanda Ravagnani

O livro é um ataque frontal à ideia da existência de Deus e aos mitos e superstições que essa ideia suscita. O alvo não é um Deus específico como Javé ou Alá, mas todos os deuses, toda e qualquer entidade sobrenatural, pois na visão do autor é tudo invenção; tudo “farinha do mesmo saco” e não passam de versões mutantes da mesma árvore do mal, responsável pela maioria das guerras, senão todas. Dominação, opressão, assassinatos, terrorismo, suicídio em massa, genocídio, é este o produto final da fé cega, alimentada pelo sangue de inocentes desde os tempos mais remotos e que insiste em se perpetuar sob a camuflagem do bem. E aí ele convoca todas as “mentes sãs” a dizerem: BASTA! Dawkins dividiu a obra em 10 capítulos, os quais se subdividem em subtítulos de forma que em 475 páginas ele expõe todo o seu pensamento e o restante, até 520 páginas, é preenchido com esclarecimentos, notas e referências bibliográficas para dar mais consistência a sua tese. No começo do livro são feitas algumas considerações úteis para situar o leitor e colocá-lo no clima da guerra que pretende deflagrar. Nesse processo ele separa um pouco de trigo no meio do joio, como por exemplo, a suposta religiosidade de Einstein traduzida em “um profundo êxtase diante da grandeza do universo”, para o autor esse tipo de “religiosidade” é inofensiva e, portanto, não é o seu alvo. Porém, a partir do capítulo 2, ancorado em Charles Darwin (teoria da evolução gradativa) e no seu próprio raciocínio, Dawkins aponta sua metralhadora giratória contra tudo o que chama de mitos e invenções humanas, cujo objetivo maior é sempre dominar e oprimir através do medo e os joga por terra com uma linguagem ora agressiva, ora irônica, mas sempre sustentada pela razão e pelas evidências (ou a falta delas). Não se trata de Evolução x Criação, a guerra é Racionalismo x Superstição: é Verdade x