Kant imperativo
RESENHA
Fernando Jorge Maia Abraão
MORELAND, James Porter e CRAIG, William Lane. Filosofia e cosmovisão cristã. São Paulo: Vida Nova, 2005. 790 p.
Superficialidade e pragmatismo assolam terrivelmente a cultura ocidental.
Idéias falsas, raciocínios ilógicos, ignorância histórica e filosófica compõem o triste quadro sintomático coroado por um cristianismo descomprometido e desvinculado tanto da verdade absoluta de Deus na Escritura quanto da realidade temporal em que se insere. Sem dúvida, é de Deus, revelado conforme o registro da Palavra, que todos, de todo o mundo, carecemos. Todavia, a filosofia é ferramenta potencialmente útil para a compreensão dos desígnios de Deus e para a sua aplicação transformadora sobre a sua criação. Tanto filósofos cristãos como teólogos e leigos devem “se comprometer intelectualmente para que nossa cultura possa ser efetivamente reformada” (p. 19). Basicamente, esse é o propósito de J. P. Moreland (n. 1948), teólogo, filósofo e apologeta, Ph.D. em filosofia pela Universidade do Sul da Califórnia, ao unir-se a William Lane
Craig (n. 1949), doutor em filosofia pela Universidade de Birmingham e em teologia pela Universidade de Munique, ao nos entregarem esse livro.1
Num verdadeiro calhamaço de 790 páginas dividido em seis partes e 31 capítulos, os autores percorrem com boa profundidade os aspectos mais fundamentais da filosofia de primeira ordem (lógica, epistemologia, metafísica e teoria do valor) e de segunda ordem (por exemplo, filosofia da ciência e da religião). Logo na Introdução (Parte 1), são apresentadas definições de filosofia e “sete razões para que a filosofia seja crucial à estrutura, currículos e missão da universidade cristã e para o desenvolvimento de uma vida religiosa consistente”
(p. 31). Dentre elas está a promoção da integração das convicções teológicas e
1
É a segunda obra produzida pelos dois autores em conjunto. A outra obra foi editada e