Resenha Jeitinho Brasileiro

A cultura organizacional é uma variável com potencial de influenciar o modelo de gestão adotado por uma organização. Esse conceito é definido por Schein apud Motta e Vasconcelos (2010), como um conjunto de valores e normas de uma organização, que é aceita, tida como certo, por um grupo. Ademais, cultura organizacional tem sido abordada desde a década de 1980, e que pode ser tratada por meio de duas visões (MOTTA; VASCONCELOS, 2010). A primeira considera que a organização possui uma cultura, que pode mudar com o tempo. Já a segunda visão relata que a organização é uma cultura.
Além disso, a análise da cultura organizacional permite a compreensão de como um grupo social resolve o problema da convivência entre os membros de uma organização e também o problema da adaptação do grupo social ao ambiente externo a organização. No entanto, ressalta-se que a cultura organizacional, no Brasil, possui traços importantes que refletem na administração de uma organização. Diante do exposto, este apontamento visa responder a seguinte questão: Será que o “jeitinho brasileiro” é um traço cultural que somente contribui para o atraso nacional? O “jeitinho brasileiro” é um traço cultural nacional, em que as suas origens data a época da colonização do país. Assim, essa prática esteve relacionada à formação do povo brasileiro, com a forma que o Brasil foi colonizado e com os tipos de relações estabelecidas entre brancos, índios e negros (escravos). E com as novas práticas adotadas pelo país, a exemplo do “cunhadismo” que, de acordo com Darcy Ribeiro em “O Povo Brasileiro”, possibilitou a formação dessa nação. Essa prática constituía na relação de parentesco criada com a comunidade indígena, quando um português “casa-se” com uma índia. Esse fato possibilita a aceitação do português e de seus descendentes na comunidade indígena, além de possibilitar a exploração dos índios pelos brancos e legitimar essa prática.
Posteriormente, o “jeitinho brasileiro” foi associado à flexibilidade