O qu eé o brasil
Ele diz que há duas esferas que permeiam a vida do brasileiro, a “casa” que é onde predominam os valores familiares, a esfera privada, o relaxamento, a hierarquia e valores pessoais; e a “rua” que é onde predominam o trabalho, a esfera pública, a continência, os valores igualitários, o indivíduo, o Estado e o universal.
Dentre e entre estas duas esferas é onde acontece a vida do brasileiro e os tais “fenômenos” teriam surgido da dificuldade deste de se adaptar aos valores igualitários da rua, em detrimento dos valores pessoais e hierárquicos da casa. Segundo DaMatta, tais fenômenos também ocorrem porque a lei no Brasil não corresponde à realidade dos que a vivem, e propõe o seguinte exemplo: diante de um agente do estado (cobrador, caixa, policial, etc) que impõe ao cidadão a dura frase: “não pode!”, este recorre a valores da casa, tenta evocar uma certa familiaridade com o agente do estado para obter um certo privilégio e transpor o terrível “não pode!”, eis o famoso “jeitinho” brasileiro. Já o “você sabe com quem está falando?” seria uma versão extremada e corrompida do jeitinho, e também muito menos simpática, esta versão aparece quando o cidadão, por ter qualquer relação com alguma figura importante que goza de certo status social, seja médico, advogado, político ou etc, se acha no direito de invocar esta sua familiaridade para transpor o “não pode!” e age com repressão contra a repressão, gerando sempre uma situação desconfortável.
A malandragem, então, seria o modo profissional de botar o jeitinho em prática, e o malandro seria seu expert, o malandro seria também uma espécie de profissional em levar uma boa vida, usando sempre a malandragem para atingir seus objetivos e conseguir privilégios. Mas esta malandragem não seria violenta, não uma forma de