Genealogia da malandragem
Centro Acadêmico do Agreste
Curso de Administração
Disciplina: Ética e responsabilidade Social
Resenha: A genealogia da malandragem
PAULO HENRIQUE
Caruaru, 2014
Os brasileiros costumam relacionar a corrupção apenas aos políticos, porém os atos corruptos são executados cotidianamente por grande parte dos brasileiros que criticam os corruptos, através do ‘’jeitinho brasileiro’’, da ‘’malandragem’’, e do ‘’jogo de cintura’’, características estas que já estão enraizadas na cultura brasileira, burlando a ética e muitas vezes a lei.
Mesmo a desonestidade não estando presente apenas no Brasil, é tida como um modelo moral, através do jeitinho, ao mesmo tempo em que é exaltada também a honestidade. Esta peculiaridade brasileira levanta alguns questionamentos, como o que levou a cultura brasileira a essa ambiguidade, à glorificação da malandragem, e se essa glorificação é proveitosa ao ponto de engrandecer ou empobrecer a cultura brasileira.
Para responder a tais questionamentos se faz necessário o entendimento do procedimento genealógico inaugurado pelo filósofo Friedrich Nietzsche, onde os valores deixam de ser vistos como absolutos e imutáveis em todas as culturas, e passam a ser vistos contexto e a cultura onde aqueles valores foram concebidos e se modificaram. O filósofo estudou não apenas a origem, como também o valor que os valores têm, pois o homem tende a julgar como do bem ou do mal determinados valores. O valor destes valores, segundo o filósofo, deve ser colocado em questão a partir do critério da vida, e não pelo critério de culturas específicas, pois para ele o critério da vida seria referência para julgar qualquer moral, porém este é um critério de difícil mensuração.
Através do critério da vida para avaliação é possível questionar se os paradigmas morais em vigência engrandecem a vida ou não e qual o papel de cada um, e com isso o procedimento genealógico permite pensar a malandragem