Ética e o "jeitinho brasileiro"
Psicologia - VII semestre
Disciplina: Ética e Profissão
Professora: Cristina Aparecida da Silva
Aluna: Lúcia Elaine de Almeida Ribeiro
Ética e o “jeitinho Brasileiro” “ O homem é, ao mesmo tempo, causa e consequência da sociedade” Augusto Comte
Em uma roda de amigos, num bate-bato informal, um amigo contou que estava falando ao celular enquanto dirigia e que flagrado por um guarda simulou muita preocupação, disse que sua mãe estava hospitalizada, que estava muito aflito e que diante de tantos acontecimentos naquele momento em sua vida, a multa não seria nada. Que ele estava errado mesmo e que o guarda podia multar. Depois de um tempo de conversa e desse “drama todo” (palavras dele), o guarda liberou-o fazendo recomendações de que ele não mais repetisse a infração. Chamou-me a atenção as expressões de prazer que ele apresentou ao contar sua história e a reação conivente do grupo de ouvintes, inclusive eu. Como tinha esse trabalho a fazer - confesso que talvez não o indagasse se não o tivesse - perguntei cordialmente (com medo da reação do grupo), o que ele achava desse tipo de atitude. Ele me disse que era “normal” e que todo mundo fazia isso, o grupo concordou unanimemente. Se analisarmos as reações desse grupo, inclusive as minhas, veremos que elas refletem conceitos culturais históricos introjetados em nossa população.
O “jeitinho brasileiro” é uma peculiaridade de nossa sociedade, aqui, se por uma lado, a grande maioria da população se declara contra a corrupção, por outro, admite que, pelo menos uma vez na vida, usou da artimanha do “jeitinho”. A cultura brasileira é “permeada por uma ambiguidade ética em que termos como "honesto", "corrupto", "esperto", "otário", "malandro" e "mané" se misturam num confuso caldeirão moral” (Neto, 2009). Na verdade, transitamos, cotidianamente, entre a ordem estabelecida e as condutas transgressivas como algo “normal”, foi essa a resposta de meu amigo. Normal vem de norma, ou seja, estas