Sociologia
MOTTA, Fernando C. Prestes e ALCADIPANI, Rafael. Jeitinho brasileiro, controle social e competição. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 39, n. 1, p. 6-12, Jan./Mar. 1999.
O texto inicia fazendo um breve relato de uma situação que acontece corriqueiramente no Brasil. Há, em sua narrativa, um claro exemplo do tema abordado pelo autor em questão: o “jeitinho brasileiro”.
É feita uma associação entre o fenômeno e a atual realidade brasileira, uma vez que estes estão interligados. Por ser uma prática cotidiana do povo brasileiro (ocorre diariamente e nas esferas públicas e privadas) o “jeitinho brasileiro” assume uma posição de controle social e disputa, e fez-se necessário uma exposição da formação e estruturação da sociedade brasileira.
O fato de o Brasil ter sido largamente explorado desde a sua descoberta e, em continuidade, período colonial e período republicano, houve dificuldade no desenvolvimento do país e nos seus traços. No que diz respeito a implementação das estruturas administrativas, sociais e econômicas, estas não foram levadas em conta assim como também a realidade brasileira.
Na relação de sociedade subordinada a uma elite minoritária, a camada dominante controla e comanda a população com o apoio do Estado, além do domínio social há também do domínio afetivo; podemos citar: o período colonial em que o senhor de engenho exercia domínio entre os seus empregados e escravos e no período republicano onde o coronel tinha controle sobre o quadro social da época – tratava-se também de relações paternalistas.
O texto esclarece também acerca da diferença entre as pessoas. Através de suas hierarquia e desigualdades o povo brasileiro possui desejo de estabelecer intimidade e, desta forma, o interesse de uma minoria é colocado muitas vezes acima do interesse da coletividade – o que acarreta na falta de coesão da vida social brasileira.
O autor analisa o formalismo, considerado por ele como a principal causa do “jeitinho brasileiro”.