Jeitinho Brasileiro - Resenha Crítica do Livro
Nesse estudo, através das respostas dos entrevistados, foi visto que há três estágios desse jeitinho: o favor que é algo positivo, o jeito que dependendo da situação pode ser positivo ou negativo. E a corrupção, que obviamente é negativo. O que caracteriza a passagem de uma categoria para a outra é muito mais o contexto em que a situação ocorre e o tipo de relação existente entre as pessoas envolvidas. O favor para a maioria das pessoas implica em uma reciprocidade direta. Já o jeito é a noção de que sempre que surge uma oportunidade as pessoas dão o jeitinho umas para as outras. A singularidade do favor e do jeito é que o jeito pode-se pedir a um desconhecido, ao contrario do favor, pois este requer confiança. Outra singularidade do jeito é que quase sempre envolve alguma infração.
Portanto, para a maioria das pessoas, existe uma distinção clara no nível de representação simbólica entre as três categorias mencionadas: favor, jeito e corrupção.
O que é mais interessante nesse estudo é ver que não há domínios em que não seja possível se dar um jeitinho. Como por exemplo, na vida familiar, emocional, sexual, financeira. Mas algumas pessoas afirmam que em algumas situações poderia se difícil dar jeito. Geralmente essas situações estão envolvidas ao organismo biológico, me refiro a casos de doenças, mortes e acidentes pois não há como impedir a tempo. Por isso o uso da expressão popular: “na vida só não há jeito para a morte”. Outras situações em que é difícil de dar um jeito seriam em que os “contatos” (possíveis facilitadores) estariam excluídos, como: vestibular, concursos e o fato de ter que trabalhar para sobreviver.
A técnica do jeitinho
A estratégia utilizada é sempre envolver emocionalmente no “seu problema” a pessoa de quem se depende naquele momento. Para isso, procura-se apelar para “os bons sentimentos”, “boa vontade” e