Folclore
Nesta obra, o autor do livro faz uma análise sobre a questão de identidade do Brasil. Logo no início do primeiro capítulo, ele explica o porquê do título do livro, designado por ele como ‘’enigmático’’. Ele explica que o ‘’brasil’’ com ‘’b’’ minúsculo representa um tipo de madeira de lei, com feitores afim de explorar uma terra qualquer, algo morto, sem vida, que não há como evoluir, ou se reproduzir. O Brasil com ‘’B’’ maiúsculo já é descrito pelo autor como algo muito mais complexo e cheio. Ele diz no texto: ‘’É país, cultura, local geográfico, fronteira e território reconhecidos internacionalmente, e também casa, pedaço de chão calçado com o calor de nossos corpos, lar, memória e consciência de um lugar com o qual se tem uma ligação especial, única, totalmente sagrada. É igualmente um tempo singular cujos eventos são exclusivamente seus, e também temporalidade que pode ser acelerada na festa do carnaval; que pode ser detida na morte e na memória e que pode ser trazida de volta na boa recordação da saudade. Tempo e temporalidade de ritmos localizados e, assim, insubstituíveis.’’
Com alguns aspectos no livro, o autor define a sociedade brasileira: Nas leis e nas nobres artes da política e da economia, das quais temos que falar sempre num idioma oficial e dobrando a língua. A comida que comemos, a roupa que vestimos, a casa que escolhemos para viver, no jeito malandro que soma a lei com a pessoa na sua vontade escusa de ganhar, embora a regra fria e dura como o mármore da Justiça não a tenha tomado em consideração. O Brasil está em toda a parte, ou melhor, pode ser encontrado em toda a parte.
Ainda no primeiro capítulo, DaMatta também explica que o Brasil que não sabe conjugar lei com grei; indivíduo com pessoa; evento com estrutura; comida farta com pobreza estrutural; carnaval com comício político. É um paradoxo, mas não fica no meio termo, é, e não é. Com estas palavras ele tenta explicar a questão da identidade social