Resenha - Ideologia do Branqueamento
O artigo trabalhado nessa resenha foi escrito por Andreas Haufbauer. O autor busca entender a discriminação racial no Brasil, investigando quais as razões históricas, políticas e econômicas por traz dela. Sustentando que interpretação adequada da mesma é fundamental para desenvolver estratégias mais eficientes de combate ao racismo.
Logo no inicio do artigo o autor aponta que, “há dois fatores, dois mitos, duas ideologias “responsáveis” pela situação peculiar de discriminação no Brasil. Primeiro, aquilo que se convencionou chamar de “democracia racial” e, em segundo lugar, o ideário do “branqueamento”.” A “democracia racial”, dita como mito pelo próprio autor, segue a ideia de que a sociedade brasileira vive em perfeita harmonia, sem conflitos. Enquanto a ideologia do branqueamento projeta uma nação branca que, através do processo de miscigenação, irá erradicar o negro da nação brasileira.
O autor também deixa claro que, apesar a ideologia do branqueamento ser costumeiramente associada ao Brasil, desde os primórdios do cristianismo o branco foi associado ao bem, ao bonito, ao puro, enquanto o negro era representado como o mal, o diabólico.
Para o autor, para se combater o racismo, não basta tratar o “branqueamento” como uma adaptação das teorias raciais clássicas no contexto brasileiro, para ele, é preciso entender que a ideologia do “branqueamento” tem uma longa história, que está relacionada a uma tradição de discriminação.
Em minha opinião, podemos sim afirmar que a “democracia racial” e ideologia do “branqueamento” no Brasil são realmente mitos. Para se fazer tal afirmação como tanta convicção, basta olharmos para o presente do Brasil, onde ainda há desigualdade entre “brancos” e “pretos” e para sua história, onde a convivência entre as “raças” não eram tão harmoniosas e do qual faz parte mais de três séculos de escravidão e que mesmo após a abolição da mesma, por discriminação