Estudante
FIORIN, José Luiz. A Construção da Identidade Nacional Brasileira. Bakhtiniana, São Paulo, v. 1, n. 1, p.115-126, 1o sem. 2009
José Luiz Fiorin nos leva em uma viagem instrutiva que nos guia através da literatura ao longo do processo de formação do nacionalismo no Brasil, ao mesmo tempo em que, também, nos abre uma porta de ingresso imediato à reflexões a respeito da concepção e significância deste fenômeno na construção da sociedade, da cultura e da memória histórica brasileira.
O autor explica a nação como “uma comunidade de destino, acima das classes, acima das regiões, acima das raças” (pg. 117) e herdeira de um legado de lembranças aceito por todos. A nação deriva de uma consciência de unidade que se dá através da identidade, fruto da relação de comparação e diferenciação com os demais países – no caso brasileiro, principalmente com Portugal – e da determinação do patrimônio comum às diversas regiões de um país. “Ela condensa-se numa alma nacional, que deve ser elaborada” (pg. 117) e deve apresentar um conjunto de elementos simbólicos e materiais desde uma história (que estabelece continuidade com seus ancestrais), ao folclore, à uma série de heróis-modelo das virtudes nacionais. Dialogando quase que perfeitamente com a ideia de nação de Beredict Anderson (2). A identidade nacional, conclui-se então, é um discurso, criada através do diálogo.
Desta forma, o processo de construção da nacionalidade brasileira inicia-se de maneira complexa com a nacionalização do príncipe português, a partir de sua renuncia a Portugal ao assumir a nacionalidade brasileira após a Independência, e teria como um de seus obstáculos herdar a “a herança portuguesa e, ao mesmo tempo, apresentar o brasileiro como alguém diferente do lusitano” (pg. 117). Heroicizaram-se então episódios históricos como o “Dia do Fico”, em que Pedro “afronta as Cortes Portuguesa, para “fazer o bem de todos e a felicidade geral da