Resenha Ra a ci ncia e sociedade
MAIO, Marcos Chor e SANTOS, Ricardo Ventura. Raça, ciência e sociedade. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/CCBB, 1996.
Thamires Felix Fonseca¹
No livro de Marcos Chor Maio e Ricardo Ventura Santos pode-se encontrar conteúdo abrangente sobre os estudos que relacionam a raça e a formação social dos indivíduos brasileiros. As características étnicas e, principalmente, a cor das pessoas desde os primeiros anos da expansão colonial serviram de classificação, gerando a desigualdade e a subordinação racial de que trata o livro “Raça, ciência e sociedade” em sua maioria.
O caráter social é construído a partir de como os indivíduos que participam de determinada sociedade são classificados, e no Brasil essa classificação se deu pelas diferenças raciais. Os autores tomam como objeto de estudo nesse livro o pensamento ao redor dessa classificação.
Num primeiro momento, os autores mostram que a diferenciação entre o preto e o branco é muitas vezes disfarçada pela própria sociedade, que utilizam em seu vocabulário referências às cores da pele de forma leve, jamais citando as oposições entre o negro e o branco. Segundo os autores, tal disfarce é fundado em três mitos raciais: o mito das três raças que originaram o caráter mestiço dos brasileiros – brancos, negros e indígenas; o mito da democracia racial, no qual acreditasse que não há racismo ou discriminação em nossa sociedade; e o mito do branqueamento, que tinha a proposta de diminuição dos negros através da miscigenação com os brancos, gerando uma predominância branca.
Desde a época colonial os escravos eram classificados pela sua cor, fazendo referência também ao lugar de onde vieram, e assim seria também com suas próximas gerações. Nessa época a cor definia o lugar na sociedade que o indivíduo ocuparia, onde os negros eram considerados biologicamente inferiores aos brancos. A propósito, os negros eram apenas chamados de pretos. Sendo este quase sinônimo de escravo.
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