Resenha filme Mon Oncle - Jacques Tati
FILME – MON ONCLE
“Meu Tio” (Mon Oncle) é um filme que resume muito bem a arquitetura e da cidade de meados do século XX, pelo menos em ambas extremidades mais reconhecíveis. O filme de Jacques Tati mostra o contraste entre dois mundos, duas formas de viver e compreender a cidade e a arquitetura que no final dos anos 50 iria se sobrepor violentamente.
O filme Meu tio (Mon Oncle) de Jacques Tati, de 1958, retrata o cotidiano de uma família francesa da década de 1950. A proposta é demonstrar dois mundos distintos que coexistiam no período. De um lado, um mundo moderno e tecnológico. De outro lado, o mundo tradicional, que persistia no cenário francês do pós-II Guerra Mundial. Não há quase diálogos no filme, entretanto os personagens marcantes, os cenários ímpares e a primorosa trilha sonora, suprem essa ausência e “falam” o que não é dito pelas palavras. As principais personagens do filme são Charles Arpel (o pai), a senhora Arpel (a mãe) e Gérard Arpel (o filho do casal) e o senhor Hulot (o tio). O casal Arpel é um retrato da modernidade experimentada na maioria dos países da Europa Ocidental e da América do Norte a partir da segun-da metade do século XX. Charles Arpel é diretor de uma fábrica produtora de tubos plásticos. a PLASTAC. Suas principais preocupações são a fábrica e a melhoria do bem-estar material. Dessa forma, sobra pouco tempo para ficar com o filho. Madame Arpel cuida minuciosamente da limpeza da casa. Mantém cada objeto e cada móvel limpo e no seu devido lugar. Trata o filho como se fosse um objeto ou um móvel de sua casa, preocupa-se demasiadamente se ele está bem alinhado e asseado. O cuidado com a educação do menino é secundário. Hulot é irmão da senhora Arpel. Seu comportamento é o oposto do casal. Ele vive a vida sem grandes preocupações. Ele vive sozinho, não tem metas, planos futuros ou desejo de constituir uma família. Ainda que inconscientemente, aproveita cada