meu tio
Direção: Jacques Tati
SINOPSE (Joanna Helm. "Cinema e Arquitetura: “Mon Oncle”" 15 May 2013. ArchDaily. Accessed 18 Out 2013. http://www.archdaily.com.br/br/01-43127/cinema-e-arquitetura-mon-oncle)
“Meu Tio” (Mon Oncle) é um filme que resume muito bem a arquitetura e da cidade de meados do século XX, pelo menos em ambas extremidades mais reconhecíveis. O filme de Jacques Tati mostra o contraste entre dois mundos, duas formas de viver e compreender a cidade e a arquitetura que no final dos anos 50 iria se sobrepor violentamente.
Um deles é o mundo da modernidade exagerada por um otimismo futurista, como chegou (ou regressou) para a Europa nas mãos da reconstrução do pós-guerra e o outro é representado pela cidade tradicional.
Estes dois mundos são representados no filme de Tati em três níveis diferentes: o habitante, sua casa e o entorno cotidiano, ou o bairro. um dos personagens mais interessantes é uma crinça, que será o elo de ligação entre esses dois mundos completamente diferentes. Ele vive no bairro da moda, em uma casa moderna e tem uma família moderna. Do outro lado, está o o tio da criança, Monsieur Hulot representado por Tati , que vive na parte antiga da cidade em uma casa antiga.
O olho crítico afiado do diretor marca em cada cena as diferenças entre esses dois mundos em um contraponto contínuo. O personagem de Tati passa habitualmente a buscar o menino na escola, para logo levá-lo à casa de sua irmã, que é casada com Arpel, um fabricante de plásticos de sucesso. Tati pelo contrário, não tem emprego.
A Villa Arpel é uma bolha super moderna fechada para o exterior através de um muro que a separa do resto da vizinhança. Apenas um grande portão para o carro se conecta com a cidade. Já a casa de Tati está em meio a um complexo labirinto de casas, escadas e corredores, onde mal se consegue escapar dos olhares, das conversas, da saudação casual, enfim, do contato social com a vizinhança. A casa faz parte do bairro.
Na