meu tio
Raiana Caliman
Meu Tio (Mon Oncle), retrata a arquitetura moderna da década de 50, e a crítica ao estilo de vida artificial lado a lado com a tradicional. Mostra duas pessoas da mesma família, mas que apresentam realidades diferentes na questão financeira, mas isso não reflete no modo de vida e bem estar pessoal, pelo contrário, o tio que apresenta a vida tradicional tem pavor pelas novas tecnologias, mas é algo inevitável.
Para enfatizar a segregação entre esses dois universos, o muro em ruínas que é atravessado pelo tio, sempre que vai visitar sua irmã, representa a ruptura, o elemento representativo da barreira que divide a cidade primitiva e a modernidade. A cidade primitiva apresenta uma verdadeira desordem, falta de higienização, as pessoas moram em cortiços, mas apresentam boa convivência e dialogo uma com as outras, já a cidade moderna é totalmente organizada a ponto das pessoas serem sistemáticas, frias, vivem pela aparência, tem como transporte o carro, higienização até exagerada e claro a tecnologia e a enfatização do mobiliário que apresenta uma forma fria e apresenta vários usos.
A casa moderna parece vigiar a redondeza para sempre possuir o que há de mais tecnológico, arquitetonicamente desenhados por duas janelas redondas no quarto do casal.
Todas as vezes que a campainha da casa da família é apertada, o chafariz em formato de peixe, disposto no meio de um geométrico jardim, é acionado. A fonte é desligada de acordo com a importância da visita. Outro fato a ser percebido são as lajotas que indicam onde se deve pisar, a mesa com guardasol mostra onde se deve almoçar, e onde se deve tomar o café após o almoço, a cozinha apresenta o que há de mais moderno em aparelhos.
No entanto o barulho do abre e fecha dos aparelhos "modernos" é tamanho que faz a casa parecer uma verdadeira fábrica. Assim a família não consegue estabelecer um diálogo e não percebem que seu filho não está feliz. O