Graduação
Autor da resenha:
Hélio Sales[1]
Louis Berkhof (1873-1957) foi um dos teólogos de linha reformada mais influentes do Século XX. Sua obra completa possui mais de vinte volumes, sendo sua magnum opus o livro originalmente lançado com o título Reformed Dogmatics e em edições posteriormente ganhou o título Systematic Theology[2] que ainda hoje é utilizado em muitos seminários de linha reformada.
No livro Princípios de Interpretação Bíblica, Berkhof trata de Hermenêutica Sacra[3]. O livro é dividido em três partes maiores que são divididas em sete capítulos. Essa resenha não tratará de cada capítulo especificamente, mas das três partes maiores do livro.
Na primeira parte ele faz um resumo da história dos princípios de interpretação bíblica começando pelos judeus dos primeiro século e seguindo até às escolas de interpretação da linha histórico-crítico[4] atuais. Muita coisa aconteceu em dois mil anos de Cristianismo. Vários movimentos através desses dois milênios surgiram e desapareceram. Ainda que se tenham alguns movimentos bem distintos um do outro, como, por exemplo, o monasticismo e o protestantismo, todos circulam ao redor das Escrituras. Imagine vários círculos concêntricos onde no centro está Bíblia; quem está mais próximo do centro está mais próximo da verdade, e à medida que os movimentos se afastam da verdade, o círculo deles vai aumentando cada vez mais, se afastando, assim, das Escrituras. Há ainda aqueles que não possuem as Escrituras no centro, se afastando de uma maneira radical dela e se apartando da verdade; esses são os movimentos heréticos. Berkhof abrange de uma maneira bem direta e objetiva uma grande quantidade dos ramos hermenêuticos que surgiram na história do Cristianismo. Sua capacidade de síntese é marcante. Ele descreve de uma maneira simples, porém não simplista, esses movimentos destacando suas principais características. Para alguns,