Graduação
DO CONTEXTO AO TEXTO: A DITADURA MILITAR E A OBRA “COLONIZAÇÃO E CATEQUESE” Amarilio Ferreira Jr.*
Este trabalho objetiva instituir os nexos explicativos que marcaram as possíveis relações existentes entre a conjuntura política brasileira da década de 1970, de um lado; e, do outro, as pesquisas levadas a cabo por José Maria Paiva e que culminaram na obra Colonização e catequese. Para atingir o escopo proposto, trilhei o caminho do particular para o geral. Na fase da pesquisa, portanto, processei uma leitura meticulosa de três textos produzidos pelo autor sobre o Brasil Colonial do século XVI procurando identificar os principais elementos estruturantes dos mesmos: (a) o tratamento epistemológico dispensado; (b) as conclusões alcançadas1. O primeiro me possibilitaria identificar, pelo viés do condicionamento lógico, as ligações que se estabeleceram entre o ambiente histórico e as pesquisas em questão. Já o segundo, revelaria o significado que os resultados das investigações tiveram para o âmbito da história da educação brasileira e, por extensão, a própria contradição que se criou entre Colonização e catequese e a atmosfera ideológica da época. A combinação dessas duas esferas, por conseguinte, configuraria uma idéia de totalidade que imbricava tanto o particular (obra) quanto o geral (contexto). Contudo, quando da redação do texto, optei por palmilhar uma direção inversa: sair do geral (contexto) para atingir o particular (obra). Eis, portanto, algumas das preocupações que me animaram quando da realização do presente trabalho. As leituras das obras de Paiva aludidas me induziram à pesquisa em três áreas de conhecimentos complementares: o período histórico correspondente ao regime militar (1964-1985); a institucionalização da pesquisa no interior da universidade, por meio dos programas de pós-graduação, após a reforma de 1968; e a manifestação da teologia da libertação como conseqüência do Concílio Vaticano II. Além – é claro – das obras do próprio autor, uma