resenha: Evidência da História. O que os historiadores veem
No livro, Evidência da História: o que os historiadores veem, Hartog disserta a respeito da evidência como escolhas, pistas, o visível, das quais o historiador se utiliza para fazer a história. Para isso Hartog começa perguntando o sentido da palavra evidência e seus usos na história. Recuando da Antiguidade a Modernidade, ele delineia tais sentidos e trilha o caminho que a história seguiu até os dias atuais.
O livro é dividido em duas partes, Ver na Antiguidade que se compõe de seis capítulos, e Evidencias nos Tempos Modernos que se compõe de seis capítulos e o epílogo.
A primeira parte do livro narra justamente o sentido da evidência e o caminho da história na Antiguidade. O autor faz um retorno ao mundo grego em que “a história é um discurso de imortalidade que vem [...] substituir o canto épico que celebra a “glória imperecível” dos heróis mortos em combate [...]” (HARTOG, 22). Assim, no mundo grego o historiador era adversário, mas também, herdeiro do aedo, assinando com seu próprio nome e dotando de autoridade a sua história.
A história potencializa a imortalidade humana ao festejar os feitos dos heróis, aproximando assim o aedo da memória, impedindo que as façanhas se apaguem. É com Heródoto que surge a figura do historiador “subjetivista”; “Heródoto é autor do seu logos.” (HERTOG, 46). Nesse sentido os gregos não são os inventores da história, mas daquele que a escreve, são inventores do historiador.
Os gregos, como Heródoto, para escrever a história estabelecem o ponto de onde irão começar e elaboram a escrita em uma seqüência restrita, não extrapolam o campo limitado para a história ao qual pretendem escrever. Existe nesse historiador uma grande preocupação com a memória, pois, pretendem o não apagamento das marcas e dos vestígios deixados através da atividade humana. “[...] o único desejo seria lutar contra o apagamento