Mentalidades e estruturas sociais no Brasil colonial: uma resenha coletiva

12336 palavras 50 páginas
Mentalidades e estruturas sociais no Brasil colonial: uma resenha coletiva1
Stuart B. Schwartz2

Até recentemente, a moderna historiografia brasileira tratava preferencialmente de assuntos relativos a economia política, pacto colonial, questões concernentes à escravidão e anomalias decorrentes de uma sociedade multirracial. Fortemente influenciado por abordagens e um vocabulário de cunho marxista ou neodependentista, o estudo do Brasil colonial tem se concentrado em temas de estrutura econômica, classe e raça. Historiadores de linhas radicalmente diferentes, tanto política quanto metodologicamente falando, chegaram a um consenso quanto à idéia do Brasil como uma colônia mercantilista cuja economia se estruturava no latifúndio escravista orientado para exportação, liderada por uma aristocracia de fazendeiros que determinava de várias formas sua vida social, mesmo nas regiões não dedicadas a produtos de exportação.3 Se este consenso dominou a pensamento histórico brasileiro por meio século, ele passa hoje por uma séria revisão. O ataque tem partido tanto de historiadores que ainda vêem os tradicionais temas marxistas de estrutura econômica e suas relações com a organização da sociedade como os mais apropriados objetos de análise, como também de uma nova geração de estudiosos mais interessados nas atitudes e idéias que se formaram em meio a estas estruturas e relações que no fenômeno propriamente dito. Este artigo de resenha pretende discutir parte da recente produção historiográfica, que busca redefinir e redirecionar o estudo do passado colonial brasileiro.
Em duas obras com temas correlatos, escritas ou co-escritas por João
Fragoso, argumenta-se que a tradicional visão da natureza exportadora da economia brasileira e da predominância da classe dos fazendeiros constitui um erro ou, ao menos, um problema de peso e importância. Fragoso, em suas críticas, mantém a estrutura econômica e suas manifestações – o modo de produção – como o tema

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