Introdução a Histografia na Psicologia
Josef Brožek Lehigh University, Bethlehem United States of America 2
Marina Massimi Departamento de Psicologia e Educação FFCLRP-USP Brasil3 O que fazem os historiadores?
Os relatos de eventos passados representam reconstruções baseadas nos vestígios do que aconteceu. O historiador identifica os vestígios para poder depois coletá-los, organizá-los, analisá-los e interpretá-los. Descobre os documentos, fotografa, transcreve, tornado-os assim disponíveis para a análise. A recuperação dos documentos é uma valiosa contribuição aos nossos conhecimentos. Todavia, concordo com a observação de que os documentos constituem-se na “matéria prima”, dado crucial da historiografia, mas não se constituem propriamente na “história”. Tornam-se “história” por meio da análise e da interpretação. Admito ser “alérgico” à aplicação da maioria dos grandes esquemas interpretativos já feitos, quer se trate dos esquemas da psico-história enraizada na psicanálise, ou dos esquemas “clássicos” dos marxistas soviéticos que reduzem a dinâmica do desenvolvimento da história da psicologia ao conflito entre o “idealismo” e o “materialismo”. Tive uma confrontação quente a esse respeito com os colegas soviéticos, no contexto da segunda reunião da sociedade psicológica soviética que teve lugar em Leningrado, em 1963.
Prefiro aderir fielmente aos dados e relacionar a explicação à análise da evidência. Concordo, porém, com o fato de que uma história sem explicação torna-se uma crônica, um conjunto de eventos enfileirados apresentados na ordem cronológica, enfiados no fio do tempo.
Há dois fatos de importância fundamental: 1. é impossível registrar todos os fatos potencialmente relevantes; 2. é indispensável escolher os vestígios para realizar um estudo aprofundado. Em contraste com a pesquisa psicológica random sampling, o escolher amostras ao acaso, neste caso não serve.
Como podemos