Resenha entre a ciência e a sapiencia
O dilema da educação.
É através da paixão pela educação que Rubem Alves descreve as cenas da beleza da aprendizagem; o sentido poético do sonhar; a importância do apreender; a valorização do homem no mundo do saber viver; a importância de se gostar do mundo, valorizando o que é belo. O autor coloca como missão não só a cientificidade da aprendizagem, mas a importância de se ver o mundo através dos olhos da beleza, isto é, aprender ecleticamente através do prazer de saber.
Descreve em seu livro sua vontade de disseminar os seus sonhos, suas esperanças, as sementes da educação para quem quiser fazer delas um jardim florido de pensamentos e ideias. Entre metáforas, através de cartas aos produtores de sonhos, o autor coloca sua opinião do dever educacional instituindo seu parecer para aqueles que comandam e divulgam a cultura, aqueles que com seu poder interferem na construção e formação dos conceitos existenciais, como o presidente da Rede Globo de televisão, o Ministro da Educação, os mestres, professores e educadores, artistas do meio sócio educacional, levando sua ideologia e às vezes traduzindo a vontade que o envolve como jardineiro que sonha, ama e curte a tarefa de cuidar do seu jardim.
Daí se segue que aquele que lê muito e quase o dia inteiro, [...] perde, paulatinamente, a capacidade de pensar por conta própria. (SCHOPENHAUER apud ALVES, 2001)
Também é bastante crítico quanto à leitura, não acreditando na quantidade do que se lê, mas na qualidade e no processo crítico da leitura. Ler por prazer se transforma em alegria, conhecimento adquirido e assumido. Refere-se às escolas como instituições que transmitem conhecimento científico, não valorizando o homem como um sonhador, mas visando o bem estar do povo, tendo como tarefa a desenvolver nos cidadãos, a capacidade de pensar, pois o que faz um povo são os pensamentos que os compõem. Valorizam os diversos saberes, as tecnologias de ensino, vislumbrando sempre os prazeres e